Já tratei do meu cartãozinho de isenção,
Para a consulta dos males de amor,
(a do coração).
É azulinho e pequenino,
E com ele não pago taxa de solidão.
Mas porque teimam em remeter cartas
com absurdas dívidas neste sector?
‘ò menina, desculpe lá,
É que não consigo suportar,
Tais encargos com o meu ordenado.
Asseguro-lhe! Não a estou a enganar!
Só não quero ser enjaulado! ‘
‘ Desculpe lá meu senhor,
Mas tem que tirar a senha noutro balcão.
Esta consulta é para os pequenos ditadores
e para políticos em recuperação.
A especialidade dos crónicos apaixonados
Já não aqui neste edifício!
Agora é ali ao lado.
Mas as filas são um suplício
E o Multibanco está avariado ‘
Haja paciência Jesus,
para suportar este fardo
Ando nisto o dia inteirinho
E com o coração maltratado.
Vou visitar a enfermeira Ana Maria
Que é uma jovem dedicada.
Tira-me a tensão em qualquer dia,
E usa farda decotada...
1 comentário:
Gostei muito da objectiva subjectividade...
Com este impressionaste.
Abraço ao Vicente e ao poeta por trás dele.
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