des maio um rio de pedras que atormenta ornamenta minha alma de lesma a mesma a esmo estou só sem dó ou pó eu mesmo desvario onde várias acácias em silêncio sob uma chuva miúda de maio jazem
já não há mais flores ou cores entre os ramos pois é maio um arrepio de frio um pio de pássaro um espaço vazio entre um passo ao abismo o istmo passado o ninho esfarrapado o arame farpado do meu coração a cor do céu em combustão a flor-de-maio é fria
caio no labirinto do poço onde sinto e ouço estrias n'água minhas pálpebras vazias estão as estrelas e são elas entre os elos destes dédalos os halos são tão belos nos cabelos nos capins carmins odor de jasmim em mim
só soletro o nome árido desventro o vento úmido onde as letras são escarlates escritas como um fio de lâmina explícita a escorrer um rio que cresce e ainda nem chegamos a ver o arco-íris em maio
é frio e mais que todos frios outonais escuto omissos risos dentro em mim solertes segredos sentidos flertes urdidos nós de sais e vais assim mesmo de soslaio sem pedir teu perdão pois não é maio é abril
2 comentários:
Simplesmente lindo :)
Parabéns!
SusanaSousa
http://escrevedora-s.blogspot.com
estações
des
maio
um rio de pedras
que atormenta ornamenta
minha alma de lesma a mesma
a esmo estou só sem dó ou pó eu mesmo
desvario onde várias acácias
em silêncio sob uma chuva
miúda de maio
jazem
já não há
mais flores ou cores
entre os ramos pois é maio
um arrepio de frio um pio de pássaro
um espaço vazio entre um passo ao abismo
o istmo passado o ninho esfarrapado
o arame farpado do meu coração
a cor do céu em combustão
a flor-de-maio
é fria
caio
no labirinto
do poço onde sinto e ouço
estrias n'água minhas pálpebras
vazias estão as estrelas e são elas entre
os elos destes dédalos os halos
são tão belos nos cabelos
nos capins carmins
odor de jasmim
em mim
só
soletro
o nome árido
desventro o vento úmido
onde as letras são escarlates escritas
como um fio de lâmina explícita
a escorrer um rio que cresce
e ainda nem chegamos
a ver o arco-íris
em maio
é frio
e mais que
todos frios outonais
escuto omissos risos
dentro em mim solertes segredos
sentidos flertes urdidos nós de sais
e vais assim mesmo de soslaio
sem pedir teu perdão
pois não é maio
é abril
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