Lamento, Mas Não Peço Perdão

"...Aromas de luz e de lama/Dormi com eles na cama/Tive a mesma condição..."
Pedro Homem de Melo



Estou triste
Triste por ti

Estou triste
E enjoado

Estou triste
E não me passa

Sinto-me triste
E desanimado

Tantas vezes te desiludi…
Quantas outras te pus de lado?
Desta feita deixei em ti
travo de nojo impregnado.

Vou-lhe chamar infortúnio.
E penso agora com consciência:
Se era bom e agora é mau…
Não leva a causa à consequência?

Não me arrependo. Eu assumo.
Guardo a memória. Eu sei que guardo.
Para ser Eu, abdiquei de ti
Tenho-te presente. Mas és passado.

Já tiveste tantos nomes.
Tantos outros eu assumi.
Sofri de males e dissabores.
Que te importa? Se para ti eu já morri...

Eu já morri…

Eu já morri!

Eu já morri?

Então porque me sinto tão cansado?

Eu já morri…

Eu já morri!

Eu já morri?

Quando um pedido de desculpas se torna inadequado!

2 comentários:

Anónimo disse...

Viragem no estilo de escrita? Este poema tem um tom completamente diferente do "habitual".

pedro

Anita disse...

Neste nota-se algum pesar, algo que incomoda a escrita, não é uma viragem de estilo mas uma recriação do saber... não pode tudo sair da alma... mas a alma está presente em tudo... já sei, já sei... mas não te esqueças sempre achei que os autores eram mais "omnipresentes" do que faziam acreditar...