Corta-me o cabelo, meu amor,
durante o sono,
terá o sabor de um sonho.
Não te arrependas! Sou eu que to peço.
Corta em cada trança esta força indesejada,
porque me pesam nos ombros
as responsabilidades que nunca quis.
Não fui toldado para guerrear e combater.
Prefiro ser um homem e conhecer
o amor de uma só mulher.
Odiar-te-ão. Odiar-me-iam se soubessem.
Achariam que desisti.
Amaldiçoarão o teu nome.
Mas é apenas um nome.
Peço-te esse sacrifício.
Porque foste tu que me encontraste
e foste tu que me seduziste.
Foste tu que me quiseste.
E és tu por quem eu não desisto.

Não se desvirtuará a História por se obliterar um herói,
perante tamanha prova de amor!

2 comentários:

Lúcio Rodrigues disse...

Conhecendo o autor do Vicente, poderia dizer que Vicente é uma camuflagem bem elaborada. Por vez saltam coisas, que são da entidade acima de Vicente.
Grande Vicente! Não deixes que te cortem a guedelha Vicente! Os poemas estão bons (os três)

Anita disse...

Sempre compensa saber alguma coisa de mitologia e literatura não achas? Gostei deste poema a construção de um Sansão e uma Dalila embora um pouco ao contrário, muito inteligente e sagaz.