Maria, a Aparição

Chegaste aqui toda lançada,
prepotente e mal-encarada.
Ar nobre de francesa,
roupa chique e perfumada.
Melhores lojas de Lisboa?
Tenda rasca, Feira da Ladra?
Antecipas qualquer moda
Pop-chunga ou Alta Roda.
Os saltos-altos que te anunciam
Altivam ainda mais essa pancada.

Mas há qualquer coisa que em ti me fascina
além das tuas roupas e adereços.
À luz do foco que te ilumina,
ar de puta sacra, mulher divina
senhora de si e dos seus preços.

O teu cabelo negro escorrido.
Os teus olhos de preto pintados.
De cigarro na boca vieste ter comigo.
Esse isqueiro não quer ser mais teu amigo
Vieste pedir isqueiro emprestado.

O tempo pára como por magia.
Fixas-me esse teu olhar de ninfeta.
Mulher fatal, musa maior da poesia.
"Não sou uma puta, chamo-me Maria"
"Boa noite, sou o Vicente e sou poeta"

( http://www.youtube.com/watch?v=DE6P_BCvJqY&feature=related )
( http://www.youtube.com/watch?v=iE6k0CxE8mE )

2 comentários:

Aurora disse...

há muito que nao vinha pra estes lados e continua igual.. os teus poemas fazem.me rir. muito. cabecinha essa lol
alguns palavroes nessa escrita, mas pronto, como alguem disse, são libertários, e devem ser ditos. neste caso escritos;)

Patrícia Fernandes disse...

amei ;)